O PAI DA ARQUITETURA ORGÂNICA OCIDENTAL - Sr. FLW.
- Rodrigo Walcacer
- 22 de ago. de 2018
- 3 min de leitura
1- Frank Lloyd Wright - O PAI da Arquitetura Orgânica Moderna Ocidental.
Um edifício deve dar a impressão de crescer sem esforço de seu lugar, ser modelado de modo a harmonizar com o ambiente, se a natureza se manifesta ali; caso contrário, procure deixá-lo silencioso, essencial e orgânico na mesma medida, como se a Natureza fosse encontrada em circunstância favoráveis.

Frank Lloyd nasce em 8 de junho de 1867 em Richland Center, Wisconsin, Estados Unidos, onde tem desde pequeno uma experiência de viver numa pequena fazenda aos arredores dos vales de Wisconsin, fato decisivo para o desenvolvimento e amadurecimento de um conceito de habitar dentro de uma paisagem natural.
Um dos grandes arquitetos que influenciaram o movimento moderno, pertencente a uma geração anterior à Mies Van der Rohe, Le Corbusier e Walter Gropius; Wright prefere a pradaria à cidade. Sempre evitou ao máximo a vida contemporânea, pois a julgava uma máquina destruidora do indivíduo. Segundo o arquiteto, o homem só poderia ser resgatado dessa aniquilação se perseguisse uma relação nova com a natureza.
2- A casa da Cascáta

Feita de concreto e pedra, todos os recintos da casa se relacionam com o entorno natural. As circulações dentro da casa são escuras e os corredores são estreitos, para que os habitantes tenham a sensação de fechamento, em comparação com a abertura proporcionada à medida em que se aproxima do ambiente principal.
Essa obra prima de Frank Lloyd Wright apresenta-se fundamentalmente pela sua imersão na natureza. É como se ela brotasse do local, uma implantação que engloba todo o seu entorno, a cascata, os platôs, os planos verticais e horizontais, as árvores ao redor, os materiais utilizados, a conformação das rochas tudo projetado para que seus elementos fizessem parte do todo.
3- Conceito Moderno e a FallingWater.
A caixa está completamente destruída. Não existe mais paredes nem esquemas geométricos, nem simetria, consonância ou pontos de perspectiva privilegiados, nem leis que não sejam as de liberdade e mudança”, com essas palavras Bruno Zevi comenta essa obra com a empolgação de ser um ícone para a arquitetura moderna, transformada com o tempo em sinônimo de equilíbrio entre arquitetura e natureza.

3.1- Organicidade
O orgânico apareça de forma normal e simples, mesmo que as linhas gerais da casa sejam desenhadas através de retas, fato que transforma essa organicidade num abrigo e não uma imitação da natureza, uma real escultura.
A estratégia da utilização dos principais espaços é de que a casa amplia-se do interior para o exterior, se abre para fora ou o exterior que entra nos espaços.
A utilização da pedra nos pisos e colunas, foto 4, com os vidros que liberam a vista de fora; atingem o usuário, que tem a sensação de estar no todo, um bosque junto com a casa. O modo em que Frank Lloyd se utiliza dos elementos da natureza, a importância da lareira que traz o fogo como elemento centralizador da casa, o barulho da cascata buscando a relação com a água, os corredores fechados que se abrem no principal cômodos, fazem com que a casa seja uma experiência de imersão ao todo.

Os caminhos percorridos pela casa são desenvolvidos através de um jogo de Luz e espaço, partindo do escuro dos corredores até os largos ambientes, principalmente o espaço da chaminé que se apresenta com o único elemento sólido, materializado em uma arquitetura de crescimento contínuo, dilatados e cheios de luz dos planos de vidro que se expandem até os limites máximos permitidos pela natureza dos bosques.

No caso da Natureza, não existe nada em que esteja mais perfeito do que ela, os traços e desenhos devem crescer e se desenvolver a partir dela, como parte integrante de algo muito maior.
Cada indivíduo é um ser diferente, cada lugar possui características diferentes, cada obra deve ser diferente. As linhas orgânicas já estão iniciadas antes mesmo dos primeiros rabiscos de projeto, basta o desenhista ter a sensibilidade de reconhecê-las.
Frank Lloyd Wright escreve para o proprietário Kaufmann, “I want you to live with the waterfall, not just look at it, but for it to become an integral part of your life (Eu quero que você viva com a cascata, não apenas olhe para ela, mas que ela seja uma parte integral de sua vida)”. Essa é intenção; de um dos maiores arquitetos de todos os tempos, trazer a natureza de volta para a vida das pessoas como elemento estruturante do Habitar.
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